quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Informações básicas sobre o domínio das Pradarias


Localização
Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul.


Características de povoamento
Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gerações, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo povoamento, a região destaca-se pelos latifúndios agropastoris, que são até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas iniciaram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade geográfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai), ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações – devido aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram inválidas, hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro.

Vegetação
A formação vegetal em questão figura como uma extensa pastagem natural, condição propícia para a criação de animais, como bovinos, caprinos, ovinos e equinos.
A vegetação do tipo pradaria é constituída de gramíneas (de 10 cm a 50 cm), desse modo, não há presença de árvores; Essa região é essencialmente vulnerável ao processo de desertificação.
A pobreza do solo, explica a pobreza da vegetação. As adaptações às condições climáticas são a diminuição da transpiração e da evaporação através da mudança da forma de suas folhas, que passam a ter formatos mais alongadas e pontiagudos.
A pradaria apresenta apenas vegetações herbáceas diferindo, por exemplo, das savanas, que podem apresentar árvores e são típicas de locais quentes e secos.
Existem três tipos básicos de pradarias:
·         Pradaria alta: nos locais mais úmidos e que apresentam gramíneas de até 2 metros de altura e raízes muito profundas;
·         Pradaria mista: apresenta uma grande diversidade florística presente em solos altamente férteis;
·         Pradaria baixa: que apresenta menor diversidade e gramíneas de pequeno porte.
As pradarias não necessitam de grandes quantidades de água para se desenvolver, mas, necessitam do fogo. As queimadas naturais são benéficas ao ciclo de vida das gramíneas típicas das pradarias. Tanto é que elas desenvolveram um mecanismo de adaptação que as torna capazes de brotar novamente após uma queimada, recuperando totalmente o local. Esse mecanismo consiste na criação de órgãos subterrâneos que se encarregarão de se reproduzir.
As queimadas naturais, geralmente de ocorrência anual, são inclusive benéficas para as gramíneas uma vez que eliminam a quantidade excedente de matéria orgânica e possibilita a renovação do substrato.


Clima
O clima da região é ameno devido a sua posição subtropical, e o regime de chuvas é constante e há ocorrências de geadas nos meses mais frios. O clima da região é denominado subtropical úmido.
As pradarias tropicais são quentes durante o ano, mas as pradarias temperadas têm estações quentes e frias.
Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaiana, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a.
 Solos
Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser escura. O solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosidade, isso evidência suas limitações agrícolas.
Os solos possuem acidez excessiva e são compostos por: uma espécie de barro fino tão fortemente ligado que com muita dificuldade absorve água, um barro arenoso com pedregulhos que fornece a vegetação, um solo muitas vezes duro e pouco permeável que depois das chuvas seca rapidamente.
Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas.



Hidrografia
Hidrografia: Os rios apresentam drenagem perene entretanto, baixa densidade hidrográfica. Abrange as bacias hidrográficas do Uruguai, Sudeste e Sul, com rios que apresentam traçados em curvas (meandros), favoráveis à navegação.


Fauna
Abriga distintos animais, principalmente roedores, carnívoros e aves de rapina, répteis e insetos. Alguns dos animais mais conhecidos que habitam as pradarias são os cães–da pradaria, tigres, leões, jaguares, elefantes, crocodilos,rinocerontes, pica-paus, perdizes, pombos, veados–mula, antilocapras, avestruzes e cavalos. Os cães–da–pradaria estão geralmente protegidos nos parques em que habitam, mas há relatos de que os rancheiros os matam porque estes escavam buracos nos pastos.




Pradarias: Um imenso deserto?
“         O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a monocultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medidas estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deserto.”
Nota: Esse trecho foi retirado de um site da internet, cuja fonte é  http://cta2009-2-dominios-morfoclimaticos.blogspot.com.br/2009/05/dominio-morfoclimatico-das-pradarias.html





Informações básicas sobre o Domínio das Araucárias


Localização
A mata das araucárias chamada cientificamente, de Floresta Ombrófila Mista, localiza-se no sul do Brasil, onde o clima favorece o surgimento da floresta, há também ocupação das araucárias em regiões especiais como Minas Gerais e São Paulo, porém em pequena escala. Ocupa o planalto da bacia do rio Paraná e tem uma área de aproximadamente 578.000 km², divididos por três estrados – Paraná (199.544 km²), Santa Catarina (95.985 km²) e Rio Grande         do Sul (282.184 km²) – abrangendo em seu território cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do Sul, Passo Fundo, Chapecó e Cascavel.


Características do povoamento
Essa região foi povoada no final do século XIX por imigrantes italianos, ucranianos, alemães e poloneses em sua maioria. Os estrangeiros diversificaram a economia local, o que torna a região das araucárias uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colônias de imigração podemos destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia italiana.
Vegetação
O solo e o clima de um lugar são responsáveis pela vegetação que ali ocorre. Os elementos climáticos são determinantes para o tipo de vegetação em certa área. O clima pode definir a sua fisionomia, e a vegetação de acordo com a sua forma pode ser classificada em: Xerófilas, Tropófilas, Higróficas, Aciculifoliadas, Latifoliadas e Caducifólias. 
O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = "pequena agulha") e indica o predomínio de espécies que apresentam folhas pontiagudas. Destaca-se a Araucaria angustifolia, mais conhecida como pinheiro-do-paraná. Também apresenta em sua composição florística espécies de lauráceas como a imbuia, o sassafrás, além de diversas espécies conhecidas por canela. Merecem destaque também a erva-mate e a caúna. Diversas espécies de leguminosas(jacarandá, caviúna e monjoleiro) e mirtáceas (sete-capotes, guariraba, pitanga).
Uma particularidade das araucárias é a restrita ocorrência de flores, provenientes das baixas temperaturas; além de não desenvolver outros tipos de plantas nas proximidades dos pinheiros. Diante disso, a composição paisagística dessa vegetação fica caracterizada principalmente pelo espaçamento entre as árvores, pois não existem vegetais de pequeno porte que poderiam fazer surgir uma vegetação densa; essas são compostas por florestas ralas. A altura das árvores pode variar entre 25 e 50 metros e troncos com 2 metros de espessura

Clima
Situam-se em regiões onde o clima é predominantemente subtropical, onde os invernos são rigorosos e os verões são quentes, o clima é frio com chuvas regulares o ano todo. Isso faz com que as araucárias produzam uma cobertura vegetal. Ao contrário dos demais climas brasileiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, temperaturas médias, não muito elevadas. As temperaturas desse clima variam entre 14 ºC a 30 °C. Ela não se adapta bem a climas quentes mas tolera umidades atmosféricas bastante altas.Os tipos climáticos de ocorrência dessa região são: clima tropical úmido, clima subtropical úmido e clima subtropical de altitude.
A região das araucárias encontra-se no planalto meridional onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de 1300 metros. Isso evidencia um clima subtropical em toda a sua extensão que mantém uma boa relação com a precipitação existente nesse domínio, variando  de 1200 a 2000 mm.

Solos
Sua condição de arbórea, geralmente com mais de 30 m de altura, condiz a um solo profundo, em virtude de suas raízes estabelecerem a sustentação da própria árvore. O solo é formado principalmente por latossolos brunos e também é encontrado latossolos roxos, cambissolos, terras brunas e solos litólicos. Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilidade natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de origem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposiçaõ do basalto. Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vastas áreas de solo fértil, denominado brunizem(elevado teor de matéria orgânica).
São encontrados ainda nesse domínio, solos ácidos, pobres em minerais e de baixa fertilidade natural. Com estas características, o solo detém uma alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc.


 Relevo
A região das araucárias encontra-se no planalto meridional, onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de 1.300 metros. Apresentam terrenos sedimentares (Paleozóico), recoberto, em partes, por lavas vulcânicas (basalto) datadas do Mesozóico.
Além do planalto arenito basáltico, surge a Depressão Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, formados pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva sobre rochas de diferentes resistências; apresentam uma vertente inclinada denominada frente ou front e um reverso suave. Essas frentes de cuestas são chamadas serras.
As morfologias do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que o representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela degradação humana e social.


Hidrografia
O domínio das araucárias é drenado, principalmente por rios pertencentes as Bacias do Uruguai e Paraguai. São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e quedas, o que lhes confere um elevado potencial hidráulico.
Embora o Paraná apresente um regime tropical, com cheias de verão, a maior parte dos rios desse domínio possui regime subtropical, com duas cheias e duas vazantes anuais, apresentando pequena variação em sua vazão, consequencia do regime de chuvas, distribuído durante durante o ano todo.

Fauna
Esse domínio é um dos mais ricos quando se fala em biodiversidade, contando com individuos raros, endêmicos e espécies migratórias. Dentre os animais que dependem da Floresta de Araucária estão os tucanos, beija-flores, saíras, gaturanos, sanhaço jibóia, entre outros. E mais vinte espécies de primatas, a maioria endêmico.
A fauna da floresta dos pinhais desempenha importante papel na manutenção da dinâmica natural desse bioma. E constitui importante elemento para dispersão das sementes das araucárias. Destacam-se roedores como cotias, pacas, camundongos e aves como papagaio-de-peito-roxo e a gralha azul.
A gralha azul é um pássaro típico das floresta dos pinhais. Devido seu hábito de enterrar
os pinhões, contribui na disseminação da araucária, esocndendo-os para consumi-los depois. Os pinhões esquecidos germinam e vão produzir novas aves.


Araucária: Ameaça de extinção
Infelizmente, no Brasil, a proliferação das araucárias está bastante comprometida e seriamente ameaçada de extinção devido a extração madeireira e ocupação agropecuária. Apenas 1,2% de sua cobertura original encontra-se preservada, e apenas 0,22% (40.774 hectares) está sob a proteção de Unidades de conservação (UC), o que põe em risco a preservação da floresta.
Os solos em que se desenvolve, são mais férteis que os das áreas tropicais o que explica a grande devastação sofrida por essa vegetação para o aproveitamento agrícola.
Ocupando uma área original de 200 mil km², a partir do século XIX foi intensamente explorada por seu alto valor econômico, dando madeira utilíssima e sementes nutritivas, e hoje seu território está reduzido a uma fração mínima, o que segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) coloca a araucária em Perigo Crítico de Extinção.