Localização
Situado
ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio
morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo Ab’Saber, de
80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo como
cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Itaqui e
Rosário do Sul.
Características de povoamento
Território
mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gerações, demonstrando a
força da mesma. Caracterizado por um baixo povoamento, a região destaca-se
pelos latifúndios agropastoris, que são até hoje marcas conhecidas dos pampas
gaúchos. Os jesuítas iniciaram o povoamento com a catequização dos índios e
posteriormente surgem as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e
tropeiros, as pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda
de lotes de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade
geográfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai),
ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações – devido
aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram inválidas,
hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro.
Vegetação
A
formação vegetal em questão figura como uma extensa pastagem natural, condição
propícia para a criação de animais, como bovinos, caprinos, ovinos e equinos.
A
vegetação do tipo pradaria é constituída de gramíneas (de 10 cm a 50 cm), desse
modo, não há presença de árvores; Essa região é essencialmente vulnerável ao
processo de desertificação.
A pobreza
do solo, explica a pobreza da vegetação. As adaptações às condições climáticas
são a diminuição da transpiração e da evaporação através da mudança da forma de
suas folhas, que passam a ter formatos mais alongadas e pontiagudos.
A
pradaria apresenta apenas vegetações herbáceas diferindo, por exemplo, das
savanas, que podem apresentar árvores e são típicas de locais quentes e secos.
Existem três tipos
básicos de pradarias:
·
Pradaria
alta: nos locais mais úmidos e que apresentam gramíneas de até 2 metros de
altura e raízes muito profundas;
·
Pradaria
mista: apresenta uma grande diversidade florística presente em solos altamente
férteis;
·
Pradaria
baixa: que apresenta menor diversidade e gramíneas de pequeno porte.
As
pradarias não necessitam de grandes quantidades de água para se desenvolver,
mas, necessitam do fogo. As queimadas naturais são benéficas ao ciclo de vida
das gramíneas típicas das pradarias. Tanto é que elas desenvolveram um
mecanismo de adaptação que as torna capazes de brotar novamente após uma
queimada, recuperando totalmente o local. Esse mecanismo consiste na criação de
órgãos subterrâneos que se encarregarão de se reproduzir.
As
queimadas naturais, geralmente de ocorrência anual, são inclusive benéficas
para as gramíneas uma vez que eliminam a quantidade excedente de matéria
orgânica e possibilita a renovação do substrato.
Clima
O clima da região é ameno devido a sua posição
subtropical, e o regime de chuvas é constante e há ocorrências de geadas nos
meses mais frios. O clima da região é denominado subtropical úmido.
As pradarias tropicais são quentes durante o
ano, mas as pradarias temperadas têm estações quentes e frias.
Sua amplitude térmica alcança índices elevados,
como em Uruguaiana, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a.
Solos
Como é uma área também chamada de pradarias
mistas, o solo condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como
diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo
vermelho e o paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo
jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser
escura. O solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosidade, isso evidência
suas limitações agrícolas.
Os solos possuem acidez excessiva e são
compostos por: uma espécie de barro fino tão fortemente ligado que com muita
dificuldade absorve água, um barro arenoso com pedregulhos que fornece a
vegetação, um solo muitas vezes duro e pouco permeável que depois das chuvas
seca rapidamente.
Com a utilização do solo sem controle,
denota-se um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as
voçorocas. Esse processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos
pampas.
Hidrografia
Hidrografia: Os rios apresentam drenagem perene
entretanto, baixa densidade hidrográfica. Abrange as bacias hidrográficas do
Uruguai, Sudeste e Sul, com rios que apresentam traçados em curvas (meandros),
favoráveis à navegação.
Fauna
Abriga distintos animais, principalmente
roedores, carnívoros e aves de rapina, répteis e insetos. Alguns dos animais
mais conhecidos que habitam as pradarias são os cães–da pradaria, tigres,
leões, jaguares, elefantes, crocodilos,rinocerontes, pica-paus, perdizes,
pombos, veados–mula, antilocapras, avestruzes e cavalos. Os cães–da–pradaria
estão geralmente protegidos nos parques em que habitam, mas há relatos de que
os rancheiros os matam porque estes escavam buracos nos pastos.
Pradarias:
Um imenso deserto?
“ O
domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas biológicas,
como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a
Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora
desses parques, são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto
que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e
projetos para estagnar esse processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem,
como a monocultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua
vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do
relevo é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na
região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medidas
estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais
deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que
torne toda as pradarias num imenso deserto.”
Nota:
Esse trecho foi retirado de um site da internet, cuja fonte é http://cta2009-2-dominios-morfoclimaticos.blogspot.com.br/2009/05/dominio-morfoclimatico-das-pradarias.html